Te deixarei ir embora, sim. Estarei quieta, em um silêncio tão profundo que sentira como se eu jamais estivesse aqui. Enquanto fores, ficarei com as lembranças dos teus beijos, o calor de teus abraços, a doçura de tuas palavras, e o teu perfume que já faz parte da minha pele, do meu cheiro. Assim, ficarei com alguma parte de você aqui, e com isso jamais irei lhe esquecer, apagar-te por completo da minha memória. A cada passo que tu deres, ficarei aqui apenas assistindo. Não, não irei atrás, não correrei, não chorarei... Apenas lhe observarei como alguém observa o sol dizer adeus em um fim de tarde quente e ventoso. Agora, só deixo um pedido: adiamos esse dia, que tal? Deixamos pra quando o coração já se acostumar com a idéia de viver sem você, sem nós dois. Quando o celular aceitar não receber mais tuas chamadas e o pensamento se cansar de nós dois. Ficaria eternamente grata em te ver partir apenas quando meus olhos não já não insistissem em fechar todas as vezes em que penso em ti, no teu jeito e em como ficamos juntos. Ficamos bonitos, ficamos como crianças bobas em uma eterna pré adolescência.. Mas, meu querido, não somos mais crianças, somos amantes, amados, amigos. Enquanto tua partida não chega, ficamos apenas nós dois diante de todos esses olhares atentos, nossos risos, gargalhadas. Diante de nossas intimidades, nosso carinho e o absurdo cuidado e preocupação que um tem com o outro. Sob todo e apenas sob seu amor, sob meu amor. Sem dizer nada, sem pedir nada, sem exigir nada. Apenas juntos, conhecendo as razões mais secretas e obscuras da felicidade.
E dar as mãos fez me sentir em paz. Uma paz fora de toda a realidade que eu vivia. Simplesmente porque nada podia separar nossas mãos e nossos corações também – o mundo era nosso e só existia a gente pra poder ser feliz. Fechei os olhos, apenas eternizar o momento, porque pensar em perdê-lo.. Já não sei se suportaria.
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